sábado, 21 de abril de 2012

The Confirmation Bias


"Quando estamos em busca de uma ilusão - ou sempre que temos uma nova ideia - ao invés de procurarmos por modos de provar que estamos errados, normalmente tentamos provar que estamos corretos. Os psicólogos chamam isto de 'viés da confirmação' [confirmation bias], um dos maiores entraves na nossa habilidade de reconhecer a aleatoriedade. 

[...]

O viés da confirmação tem muitas consequências indesejáveis na vida cotidiana. Quando um professor inicialmente acredita que um determinado estudante é mais esperto, ele focará de modo seletivo naquelas evidências que tendem a confirmar a sua hipótese (1). Quando um empregador entrevista um candidato ao emprego, ele tipicamente forma uma primeira impressão e passa o resto da entrevista procurando informações que a suportem (2). Quando consultores são avisados previamente de que o problema do cliente é difícil, eles tendem a concluir que assim é, mesmo quando o problema tenha na verdade uma dificuldade não superior à média dos demais (3). E quando pessoas interpretam o comportamento de alguém que é membro de uma minoria, eles o fazem no contexto de estereótipos pré-concebidos (4).

O cérebro humano evoluiu para ser muito eficiente em reconhecimento de padrões, mas como o viés da confirmação mostra, focamos nas evidências e padrões que confirmam e não que minimizam nossas conclusões falsas. Mesmo assim, não precisamos de ser pessimistas, pois é possível superar nossos prejuízos. Um modo de começar é compreender que eventos fortuitos também produzem padrões. E é um outro grande passo se aprendermos a questionar nossas percepções e nossas próprias teorias. Finalmente, deveríamos aprender a gastar tempo procurando por evidências de que estamos errados na mesma medida do tempo em que permanecemos procurando por evidências de que estamos certos."

Leonard Mlodinow
(Traduzido livremente de "The Drunkard's Walk", Pantheon Books 2008, pg 192)


Referências:

(1) Matthew Rabin, “Psychology and Economics” (white paper, University of California, Berkeley, September 28, 1996).
(2) E. C. Webster, "Decision Making in the Employment Interview" (Montreal: Industrial Relations Centre, McGill University, 1964).
(3) Beth E. Haverkamp, “Confirmatory Bias in Hypothesis Testing for Client-Identified and Counselor Self generated Hypotheses,” Journal of Counseling Psychology 40, no. 3 (July 1993): 303–15.
(4) David L. Hamilton and Terrence L. Rose, “Illusory Correlation and the Maintenance of Stereotypic Beliefs,” Journal of Personality and Social Psychology 39, no. 5 (1980): 832–45;
     Galen V. Bodenhausen and Robert S. Wyer, “Effects of Stereotypes on Decision Making and Information-Processing Strategies,” Journal of Personality and Social Psychology 48, no. 2 (1985): 267–82;
     C. Stangor and D. N. Ruble, “Strength of Expectancies and Memory for Social Information:  What We Remember Depends on How Much We Know,” Journal of Experimental Social Psychology 25, no. 1 (1989): 18–35.