quarta-feira, 31 de julho de 2013

A descrença do significado contemporâneo de crença religiosa

"'Crença' é uma dessas palavras que mudaram de significado. A palavra inglesa para 'crença' significava 'lealdade', 'compromisso'. Ela é a tradução da palavra grega 'pistis'. No novo testamento em grego Jesus pergunta: 'você tem pistis?' e isto não significa acreditar em alguma doutrina, significa 'compromisso'. Jesus não pediu que as pessoas acreditassem que Ele era a segunda pessoa da Santíssima Trindade, uma ideia que eu acho que o deixaria perplexo. Ele perguntou se as pessoas estavam preparadas para dar o que tinham aos pobres, para viver apenas com o básico, como ele, para viver como as aves do céu e os lírios dos campos, confiando em Deus e para trabalhar dia e noite para a construção de um reino em que ricos e pobres se sentariam juntos em harmonia. Compromisso, ação. Foi apenas no século 17 que a palavra 'crença' mudou de significado, sendo usada primeiramente por cientistas e filósofos para denominar a aceitação intelectual de uma proposição duvidosa. Na época da Reforma, quando todos estavam discutindo a transubstanciação, a morte dessas 'crenças', a palavra ganhou um significado que não tinha em outras tradições. O budismo não tem crenças, trata-se apenas de práticas. O judaísmo não tem crenças e o Alcorão é extremamente duro com relação à teologia, à ortodoxia teológica, que ele chama de 'zanna', suposições autoindulgentes sobre questões das quais ninguém pode ter certeza mas que tornam as pessoas irritadiças e burramente sectárias. O conhecimento religioso é um tipo de conhecimento prático. É como nadar ou dirigir. Você tem que entrar no carro e aprender. Não se pode aprender a dirigir apenas lendo o manual do carro."


Karen Armstron
(Em entrevista ao programa Milênio da Globo News - 29/7/2013)

domingo, 14 de julho de 2013

Fraqueza moral



"Pessoas fracas nunca provocam o fim de nada. Elas esperam que outros o façam".

Do filme de Terrence Malick, "To the Wonder" (2012)