quarta-feira, 20 de junho de 2012

Para os pseudo-rebeldes de plantão

"Um homem deve ou querer servir o universal, a ordem estabelecida, exprimindo isto em sua vida, e neste caso seus méritos serão medidos pela fidelidade e pontualidade com que ele sabe como subordinar a si mesmo ao universal, como fazer de sua vida uma reprodução bela e rica e fiel da ordem estabelecida ao moldar-se através dela - ou então ele deve encarar seriamente a tarefa de ser um extraordinário, e, enquanto extra ordinem, ele deve sair das linhas, das posições, dos cargos, aos quais ele não pertence. Mas na nossa época tudo é confundido. Um funcionário público, por exemplo, quer ao mesmo tempo ser algo extraordinário, descontente. Uma lamentável, imortal confusão! Se ele é verdadeiramente descontente, ele deve ter algo novo para nos trazer; então, fora dos cargos! "com uma corda no pescoço"; e deixemo-no falar, pois esta é a situação de que um verdadeiro extraordinário precisa para ser capaz de gesticular livremente e iniciar a nova música. Mas se ele não tem nada de novo para nos trazer, não se deve de nenhum modo assumir em sua vantagem o fato de ele ser descontente - e ao mesmo tempo funcionário público. Porém, a indolência e a falta de caráter dos nossos tempos acaba por considerar um tipo de estreiteza mental ser o contrário de tal lamentável combinação: ou um funcionário fiel de corpo e alma; ou um reformador com a espada pendurada sobre a cabeça em perigo mortal, em auto-sacrifício."

Soren Kierkegaard
(Traduzido livremente de "The Book on Adler", em "Fear and Trembling and The Book on Adler", Walter Lowrie (trad.), Alfred Knopf 1994, pg 141)