segunda-feira, 19 de março de 2012

O livro e o machado

"Seríamos igualmente felizes se não tivéssemos livros e, quanto aos livros que nos fazem felizes, poderíamos escrevê-los nós mesmos. Em compensação temos necessidade de livros que agem sobre nós como uma infelicidade que nos faz sofrer muito, como a morte de alguém que amássemos mais do que a nós mesmos, como se fôssemos proscritos, condenados a viver em florestas, longe de todos os homens, como um suicídio - um livro deve ser o machado que quebra o mar de gelo em nós"

Franz Kafka
(Fragmento de carta a Oscar Pollak, tradução Leyla Perrone Moysés, citado por Barthes em "A Preparação do Romance vol II", Martins Fontes 2005, pg 114)