terça-feira, 22 de março de 2011

Para não sair do tema (sem deixar rastros)

"Passou grande parte da vida de adulto caminhando pelas cidades, em sua maioria estrangeiras. Passou grande parte da vida de adulto curvado sobre um pequeno retângulo de madeira, concentrado sobre um retângulo de carta branca ainda menor. Passou grande parte da vida de adulto a sentar-se, levantar-se, sentar-se novamente e a caminhar para frente e para trás. São estes os limites do mundo conhecido. Escuta. Quando ouve algo, escuta. Depois espera. Olha e espera. E quando começa a ver alguma coisa, volta a olhar e a esperar. E os limites do mundo conhecido são estes."

Paul Auster
(Traduzido livremente da edição italiana de "The Invention of Solitude" - "L'invensione della Solitudine", Einaudi 1997, pg 90)