quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Azul morto

"O azul do Mediterrâneo não me atrai mais. A transparência das suas águas, tão apreciada pelos turistas, é a transparência de uma piscina estéril. Em suas praias há poucos odores, e poucos pássaros, e o fundo do mar estará logo vazio. A maior parte do peixe consumido na Europa vem de pesca ilegal, sem que ninguém faça pergunta, no oceano a oeste da África. Olho o azul e, em vez de um mar, vejo um cartão postal, fino e frágil."

Jonathan Franzen
(Traduzido livremente de "Più lontano ancora", Silvia Pareschi (trad.), Einaudi, 2012, pg. 99)