"Que
tenho eu a ver com os homens, para que me ouçam as confissões, como se
houvessem de me curar das minhas enfermidades? Que gente curiosa para conhecer
a vida alheia e que indolente para corrigir a própria! Por que pretendem que
lhes declare quem sou, se não desejam também ouvir de vós quem eles são?
Ouvindo-me falar de mim, como hão de saber que lhes declaro a verdade, se
ninguém sabe o que se passa num homem, a não ser o espírito que nele habita?"
Agostinho de Hipona
(Em "Confissões", J. Oliveira Santos (tradutor), Vozes - edição de bolso - 2011, pg 216)