sábado, 20 de agosto de 2011

Depois de curar a ânsia do saber...

"Não penso em alegrias, já to disse.
Entrego-me ao delírio, ao mais cruciante gozo,
Ao fértil dissabor como ao ódio amoroso.
Meu peito, da ânsia do saber curado,
A dor nenhuma fugirá do mundo,
E o que a toda a humanidade é doado,
Quero gozar no próprio Eu, a fundo,
Com a alma lhe colher o vil e o mais perfeito,
Juntar-lhe a dor e o bem-estar no peito,
E, destarte, ao seu Ser ampliar meu próprio Ser,
E, com ela, afinal, também eu perecer."


JW Goethe
(“Fausto”, trad. do alemão por Jenny Klabin Segail, editora 34, 2010, pg 175 - “Quarto de Trabalho”)