"Meu
amigo, não existe conhecimento puro. É indiscutível a legitimidade da concepção
eclesiástica da ciência, que se pode resumir nas palavras de Santo Agostinho:
"Creio para que possa conhecer". A fé é o órgão do conhecimento, e o
intelecto é secundário. A sua ciência incondicional não passa de um mito. Há
sempre uma fé, um conceito do mundo, uma ideia, numa palavra: uma vontade, e
cabe à razão explicá-la e comprová-la. Em todos os casos, chega-se ao 'Quod erat demonstrandum'. "
Thomas Mann
(Em "A Montanha Mágica", Herbert Caro (trad.), Círculo do livro 1952, pg 480)